Existem vários tipos de depressão e podem estar relacionados com diversos motivos, como por exemplo a falta de reconhecimento de si mesmo; de lutos (inclusive não assumidos); pode também ser por cansaço, excesso de dedicação, por auto avaliação depreciativa (fracassos sucessivos, por exemplo), e até mesmo por causa de dores crônicas.
A distimia, também conhecida como doença do mau humor, é considerada uma depressão crônica leve, quando associada com pelo menos mais dois sintomas do quadro depressivo. Muitas vezes, a distimia é ignorada, por ser confundida com traços da personalidade. Também atinge crianças e adolescentes, no caso de famílias disfuncionais, quando certos membros da família desenvolveram o transtorno de personalidade narcisista. A invalidação submetida aos outros componentes da família pelos narcisistas causa irritação, tristeza e perda de interesse em atividades normais. Situações como essas merecem a atenção e busca de ajuda profissional.
Conhecimento
A busca de conhecimento específico para a descoberta de relacionamento abusivo é muito importante, até mesmo por questões de sobrevivência.
A forma como as informações são obtidas pela vítima ao estudar sobre as consequências de um relacionamento com narcisista, irá afetar diretamente sua vida e, ao entender as fases que envolvem essa trama, passará por mudanças nos sentimentos e sensações. Como tudo que ocorre no funcionamento do cérebro, existe algo muito interessante, que é a forma como os neurônios se comportam diante da informação recebida e isso varia de acordo com a interpretação dos eventos. Só esse pequeno ganho que você obtém estudando, já é um combustível muito eficiente para o início de uma evolução.
Estudar a terminologia específica desenvolvida por especialistas no assunto faz-se necessário. Termos como contato zero, pedra cinza, salada de palavras, hoovering, entre outros (abordados em vídeos do canal Psicanálise & Eu e no blog), trará conhecimento a respeito do predador, evidenciando quais são os passos necessários para se libertar da teia construída por esse controlador.
Com o conhecimento vem também a responsabilidade e a necessidade da escolha: livrar-se da tristeza e continuar no relacionamento ou sair das garras do manipulador e nunca mais se envolver com outro narcisista.
Será uma viagem de introspecção onde é essencial não se vitimizar e entender que com muita dedicação é possível criar condições para sair mais forte e inteiro. Imagine reconstruir uma nova vida sobre as ruínas deixadas por um ataque destrutivo, porém, com alicerces mais firmes e em local seguro! Tijolo por tijolo baseado nas verdades descobertas.
O mergulho é muito profundo. Na depressão causada por relacionamento com narcisista muitas vezes não há forças para um recomeço. O narcisista tem "uma forma de ser". Ele pode te reduzir a um estado depressivo, onde, até mesmo por meio de um elogio, é capaz de implodir suas bases com o objetivo de desestruturar qualquer anseio da sua parte. Porém, ao vasculhar o seu passado você vai se lembrar de que não era assim antes desse envolvimento, como também vai perceber que você não nasceu assim e nem veio com esse comportamento codependente no seu DNA. Ocorreu simplesmente que nesse momento da sua vida, tudo ficou tão difícil e que a dificuldade foi colocada por essa pessoa, que te minou, sabotou. Mas saiba que esse não é o seu estado natural.
Além da depressão, a raiva estará te consumindo, pelo fato de enfim saber que você se "tornou quem não é". E o pior: o narcisista te colocou numa condição que interessa a ele.
A raiva é legítima e entenda que a descoberta de estar em um relacionamento com um narcisista causa uma disrupção, como acontece no luto. E a raiva faz parte do luto.
Uma médica psiquiátrica suíça, chamada Elizabeth Kubler Ross, identificou a reação psíquica em pacientes em estado terminal e formulou as cinco fases do luto ou perspectiva da morte: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação.
Procure ajuda de pessoas capacitadas e conhecedoras do assunto. Ao abrir-se com quem não conhece esse transtorno, você corre o risco de que mais culpa lhe seja imputada indevidamente.
O codependente entra no dilema em que o narcisista jamais vai entrar: "o que há de errado comigo?". Vai achar que realmente tem culpa, mas no entanto, é a verdadeira vítima. Uma vítima consciente precisa buscar se conhecer melhor e é muito importante entender o porquê se "envolveu" com pessoas com o transtorno de personalidade narcisista.
texto baseado no vídeo de 08 de agosto de 2021 no canal Psicanálise & Eu no Youtube
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